domingo, 26 de abril de 2009

Fragmentos da infância;

(imagem google)

Nasci em uma cidade grande, e ainda muito nova fui morar em uma cidade pequena, com ruas de terra batida, onde as crianças ouviam e contavam histórias bizarras de loiras do banheiro, o homem do carro preto... A mais engraçada de todas era a que se comida caísse no chão e você a deixasse lá, não comesse mesmo toda suja de terra, diziam que estava dando gosto ao cão. Isso mesmo! Ao cão!
Engraçado... O biscoito de chocolate caído no chão, todo crocante de terra molhada e as crianças ao redor com cara gozada diziam: ”Vai dar gosto ao cão fulanazinha?”. Tive que ir embora de lá por causa de problemas financeiros, dei graças a Deus só por uma coisa... Não ia ter que aturar mais a Ray “BESTELI”, a qual eu engolia seco por que era filha de uma das melhores amigas da minha mãe, ela se dizia melhor que todas as crianças que sempre eram humilhadas pela ditadora. Quando íamos brincar de Barbie, ela que tinha o carro da Barbie, o Bob (o namorado bombado da boneca), a casa da Barbie, e toda a parafernália da Barbie, não permitia que ninguém tocasse, era quase como algo sagrado pra ela...
Assim aprendi a construir carros de garrafa de refrigerante, amontoava panos velhos para fazer cama, e no meu aniversário de nem me lembro quantos anos pedi um Bob para o meu velho, escolhi um morenaço com uma tatoo no peitoral, surfista... Levei meus costumes de "marcineira" de coisas recicláveis para a criançada de outro lugar que morei, foi assim que aprendi a decorar, ainda bem nova,sabe como é né? Dom é dom, modéstia a parte...=)
Desgostei de brinquedos. Depois que de tanto brincar de renovar o visual das bonecas elas ficaram carecas, e o Kevin (o nome que dei para o gatinho tatuado) perdeu a perna por conta de um acidente causado por uma prima mais nova, depois de roubá-lo da minha caixa de brinquedos. Foi um baque, mas me recuperei...
Conheci jovens infratores quando fui estudar em um colégio público, pixadores e assaltantes mirins, os quais eram carinhas legais, tripudiados pela vida dura (certo que nada justifica), era só não se misturar ao ponto de fazer o que eles faziam, e foi assim que aprendi a pichar(em cadernos), mas como toda boa artista aperfeiçoei e comecei a fazer grafites(muito ruins por sinal). Depois de uma época bem rebelde, fui estudar no paraíso verde, onde tudo enquanto era verde, dava para perceber de cara a cor favorita da dona...
E lá vivi o cristianismo(de verdade), sempre disseram que eu era cristã, e acabei aceitando, mesmo indo raramente a igreja aos domingos, até chorava para não ir. Foi lá no paraíso verde que descobri o significado do que era SER algo, alguém em meio a tantos, conheci pessoas para levar para a vida toda,passei a dar valor a minha família (iih a história está ficando tediosa...).
Cresci, mas não tanto, há quem diga que tenho uma altura mediana de acordo com as mulheres brasileiras, isso significa que sou baixinha mesmo.
Adquiri valores, por causa das coisas que vivi que são além das coisas registradas aqui.
São sobre essas coisas que vivi, ouvi , que estou vivendo e vejo que serão escritas...

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